Numenéra + 2d10solo - 5- Alynne e Trysie


 

Depois de muito tempo, voltei a jogar esse jogo. Já tinha resolvido os problemas que me fizeram dá uma pausa mas então vieram outras atividades que reduziram meu tempo para pensar nesse jogo e, de fato, jogá-lo. Depois, consegui organizar melhor as atividades, então gravei essa sessão que transcrevo agora para vocês.

De antemão aviso que a sessão foi mais diálogo e narração do ponto de vista do narrador do que qualquer outra coisa. Não apareceram as regras de Numenéra e os oráculos apareceram muito pouco. Como já disse em alguns áudios, quero conduzir esse jogo de forma livre, sem forçar o tempo todo conflito de ordem violenta. O Nono Mundo é perigoso como o nosso mas nem por isso andamos arriscando nossas vidas diariamente (pelo menos dentro da minha bolha social).

Fiz um canal no Telegram para divulgar os áudios dessas sessões de jogo, além de áudios extras que gravo. O nome é Estórias do Cleedee. Se for mais cômodo para você ouvir do que ler, esteja a vontade.

Cena 5

Alynne chega ao Machet à noite quando é o horário de funcionamento do bar. Ao entrar, faz uma busca pelo ambiente, procurando pela guarda do local. Facilmente localiza a Trysie e não se permite chamar muita a atenção ficando parada na entrada. Sentou-se na primeira mesa vazia que viu e, por sorte, ficou próxima da guarda.

Nesse ponto, verifico se há algum instrumentista tocando no bar nessa noite.

Pergunta ao Oráculo: Hoje temos um instrumento sendo tocado no bar?

Resposta: Sim. Há um músico tocando um violão.

A Trysie percebe quando a Alynne chega. Ela é pequena e magra, uma beleza agradável que cotrasta com seu visual discreto e até sisudo. Os olhares se cruzam. Ela acampanha a garota até ela se sentar. Uma das atendentes se dirige para atender a nova cliente. Quem seria a dona que foi atender?

Pergunta ao Oráculo (rolando 1d6): Qual foi a dona a atender Alynne? 1) Simples, 2) Serena 3) Temperança, 4) Tranquilidade. 5 e 6 rolamos novamente.

Resposta: Foi a Tranquilidade. Irmã mais nova da Temperança.

- Boa noite, minha querida. Vejo que você é nova por aqui. O que você gostaria de beber? Aqui nós temos uma bebida à moda da casa muito especial que o pessoal gosta. É o Beijo. Você gostaria de provar? Gostaria que eu trouxesse esse drinque?

Alynne pondera sobre a pergunta. Ela conhece a bebida famosa e olha para a boca da jovem atendente. Fazer amizades facilitaria o acesso à Trysie?

Pergunta ao Oráculo (par ou ímpar): Par e Alynne aceita o drinque.

Resposta: 3.

- Não. Tenho uma bebida que me agrada. Não que a conhecida bebida da casa não seja uma sugestão muito boa mas eu quero começar de forma mais leve no meu primeiro contato com a casa. Qual é o seu nome?

- Meu nome é Tranquilidade. Sou uma das donas aqui.

- Ah! Não! Eu imaginava. O seu bar é famoso, Tranquilidade.

- Muito obrigada. Mas então, o que você vai beber?

- Mmmm. Queria um licor de limão musgo. Vocês teriam?

- Claro, claro. Alguma coisa para comer?

- Bom, é, pode trazer uma entrada mas leve pra mim para acompanhar o licor.

- Tudo bem, estou anotando. Mas alguma coisa.

- Sim. Como é o nome daquela mulher que trabalha aqui de segurança?

- Ah! A Trysie.

- O nome dela é Trysie? Tá. Ela pode falar com os clientes?

- Mmmm. Ela às vezes fala com os clientes, sim, na hora do serviço. Não tem problema se você conversar um pouco com ela. Você gostaria que eu a chamasse?

- Ah, claro, gostaria, sim. Por favor!

- Tudo bem. Vou ali falar com ela e trago o seu pedido, está bem?

- Ah, muito obrigada!

A Tranquilidade se dirige à Trysie e fala no seu ouvido depois aponta para a mesa e diz:

- Trysie, aquela cliente que eu nem sei quem é, perguntou por você. E gostaria de saber se você poderia chegar lá para conversar com ela um pouco.

- Tá. Não vejo problema. Posso ir, sim.

- Tá, mas depois volta para o teu serviço. Hoje tá um pouquinho movimentado.

- Não se preocupe. Voltarei rapidinho.

Então ela vai até a mesa enquanto a Tranquilidade vai cuidar do pedido.

Ao se aproximar, Alynne se levanta e diz:

- Trysie é o seu nome? O meu nome é Alynne. Eu não sei se você pode se sentar para conversar comigo. Mas se fizer a gentileza.

A guarda puxa a cadeira e se senta, ficando de frente para a outra mulher.

- O que você gostaria de falar comigo, Alynne?

- Bom. Eu ouvi falar de você, que você seria nova na cidade, que trabalhava aqui e ouvi também que você seria uma mulher forte, que você parece ter uma força formidável.

- Muito obrigada. Mas é só isso?

Sorrindo, Alynne respondeu:

- Não, Trysie. Deixa eu lhe explicar. Não sei o quanto você sabe do Festival que tem na cidade e que acontece anualmente. Neste festival, temos um dos eventos principais que é o Torneio dos Exploradores. Você conhece?

- Não. Só estou sabendo do festival. E sei que o bar vai ficar movimentado com as pessoas que virão de fora. Mas o que tem torneio?

- Bom, é o seguinte: Estou formando um grupo para participar deste torneio. Estou muito afim de ganhar o prêmio. Digamos que é importante para mim. Está faltando uma pessoa e eu pensei em você, se gostaria de participar comigo e com um rapaz chamado Gabli.

Trysie considera o convite. Algumas coisas pesam aceitar sua participação: É nova da cidade, tem um emprego tranquilo e não conhece essa tal Alynne. Ela nem faz ideia do tempo que essa competição tomaria dela, inclusive do emprego atual.

O evento dura uma semana e o torneio dura um mês porque envolve uma jornada de exploração.

- Alynne, porque você está me convidando para fazer parte do seu grupo? Você nem me conhece. Tá, você ouviu falar da minha força, mas você ainda não me conhece. As pessoas precisam conhecer umas as outras antes de convidá-las para se juntar a uma empreitada do tipo.

- Sim, você tem razão, mas eu tenho pouco tempo e a gente pode se conhecer ao longo desses dias. Mas gostaria muito que você fizesse parte deste grupo. Que objetivos você tem na vida, Trysie?

- Meus objetivos na vida? Por enquanto, um pouco de paz. É isso que eu estou precisando e por enquanto estou tendo. Mas, Alynne, você acha que eu vou ter paz participando de um evento desse tipo?

- É pouco provável, rir Alynne. Pouco provável que teria paz mas iria ter diversão. Uma diversão um pouco arriscada mas que vale a pena no meu ver.

- Do que se trata essa premiação?

- Olha, Trysie. A premiação, ela é, primeiro, temos a premiação em dinheiro e, segundo, você será patrocinada pela organização que administra a cidade. Basicamente isso. Eles tem muito interesse nas numenéras, eles usam para a cidade, para o progresso. Sou aluna, sabe? Da escola que eles administram. E sou a premiação em dinheiro, ela é poupuda. Você não ficará rica mas terá um estilo bom de vida por alguns meses. Se fores econômica, mais de um ano.

- Tá. E quais são os riscos?

- Bom, a gente vai sair por aí e os lugares ao redor de nós, são um pouco inóspitos. Nós, os competidores não sabemos o que cada um vai cumprir em sua missão. Mas os organizadores tentam fazer numa igualdade de condições. As distâncias onde iremos explorar será mais ou menos equidistantes. Eles fazem outras ponderações, outros pesos. Quem traz o item, o objeto mais valioso, isso tem pontuação diferenciada. Acho que basicamente é isso.

- Tá. Acho que sua explicação é muito boa. Gostaria de um dia para pensar a respeito, senhorita Alynne.

- Tá, acho um tempo razoável. Tudo bem. Façamos assim, eu venho amanhã à noite, está bem?

- Tudo bem. Se me dar licença, tenho de voltar para o meu posto.

- Ah, claro! Pois tenha uma boa noite, Trysie.

- Tudo bem, você também.

O encontro entre elas termina e a cena também.


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